Turistas brasileiros estão sendo vítimas de sequestro relâmpago no Paraguai.
Um turista catarinense, que preferiu não se identificar, cruzou a fronteira mais movimentada do país para fazer compras. Ele diz que estava num shopping em Cidade do Leste, no Paraguai, quando foi abordado por dois homens que se diziam guias.
“Me abordaram, me levaram até uma sala fechada, chegando lá tinha mais quatro pessoas. Aí eles começaram a me agredir e falaram: ‘Nós queremos o teu dinheiro’. Respondi: ‘Pode ficar com todo o meu dinheiro, meu cartão, celular, pode ficar com tudo, só quero sair daqui’ “.
O homem conta que só foi liberado depois que os criminosos suspeitaram que ele era militar. Ele registrou boletim de ocorrência.
“O trauma fica, não adianta, a gente não esquece.”
De janeiro do ano passado até agora, a Polícia Turística do Paraguai recebeu, em média, três denúncias por mês de brasileiros que passaram por situações parecidas no país vizinho.
“O brasileiro entra no Paraguai e é abordado por supostos guias de compras, que os levam até um comprador, em lojas, onde são vítimas de fraude, extorsão, ameaças. Mas, são poucas – de todas as lojas de Cidade do Leste, são poucas”, conta o chefe da Polícia Turística do Paraguai Humberto Franco.
Em um boletim de ocorrência, outra vítima relata que ao ser abordado por um falso guia, foi levada para um shopping onde ficou trancado em uma das lojas. De acordo com o BO, cinco homens armados o obrigaram a fazer uma transferência de R$ 4 mil. Os R$ 500 que estavam no bolso também ficaram com os criminosos.
Três suspeitos – todos paraguaios – foram presos. A polícia paraguaia pede aos turistas mais atenção nas abordagens nas ruas.
“Eu sugiro para o comprador brasileiro que não converse com pessoas desconhecidas como suposto guia de turismo ou guia de compras”, alerta o Chefe da Polícia Turística do Paraguai.
As vítimas também podem fazer as denúncias aqui no Brasil. A Polícia Federal participa das investigações, e apura se há brasileiros no esquema. Muitas pessoas dizem que mandaram dinheiro para os criminosos por PIX.
Como no Paraguai não existe esse sistema de pagamento, a suspeita é de que brasileiros emprestem o CPF para abertura de contas usadas pela quadrilha. Se confirmado, eles podem responder por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Um turista paranaense queria comprar um pneu para moto. Quando chegou à loja acompanhado pelo guia falso, as portas foram trancadas.
“Apontaram a arma para mim, me obrigando a fazer o pagamento. Se eu não fizesse, eu não saía dali”, Como eu não podia fazer nada, fui obrigado a fazer um pix para ele. A gente foi na intenção de passear, se distrair. Um passeio perfeito, e acontece essa situação”, relata o turista paranaense, que preferiu não se identificar.
Fonte: G1 PR
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